Grupo Carrefour Brasil multiplica ações de enfrentamento ao racismo

Companhia avança com ações de combate à discriminação, adotando iniciativas de impacto que vão desde investimentos em tecnologia até metas de diversidade no nível executivo

São Paulo, 29 junho de 2023

Pessoas pretas e pardas são os que mais sofrem com a falta de oportunidades, embora correspondam à maior parte da população (55,8%) e da força de trabalho (54,9%). No ambiente profissional, por exemplo, ocupam apenas 29,9% dos cargos de gestão, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas universidades, a presença de estudantes avançou nas últimas duas décadas, mas ainda é metade da taxa dos brancos com 36,1% de matriculados brancos diante de 18,3%, negros, segundo o IBGE.

Para apoiar a mudança desse cenário, as grandes empresas podem assumir um papel fundamental. Nesse sentido, o Grupo Carrefour Brasil, que é o maior varejista e empregador privado do país — com 15 milhões de clientes atendidos por semana e 40 mil novos colaboradores por ano —, vem revendo sua atuação e construindo uma jornada voltada para a transformação dessa realidade. Uma trajetória de compromissos assumidos há anos, desde quando estruturou as primeiras estratégias internas com foco na equidade racial, como a participação na criação, juntamente com outras empresas, da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, em 2015.

De lá para cá, o engajamento com o combate à discriminação vem se ampliando e se atualizando. Em relação à inclusão de pessoas, o objetivo é ter 50% de profissionais negros em posições de gerência ou acima até 2026.

Maria Alicia Lima, vice-presidente de Comunicação, Engajamento e Relações Institucionais do Grupo.

Entretanto, não estamos preocupados apenas em cumprir metas. Queremos alavancar o desenvolvimento profissional dos colaboradores

Maria Alicia Lima, vice-presidente de Comunicação, Engajamento e Relações Institucionais do Grupo.

A empresa atua na educação, com programas de aceleração de carreira, estágio e trainee, além de oferecer bolsas de estudo para pessoas negras, por meio de ações afirmativas para cursos que possuem pouca representação da população negra. Destaque para a parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares, com o inédito curso superior de Gestão da Segurança Privada e ações como a adesão ao movimento Racismo Zero, letramento racial e realização de seminários.

— Construímos programas robustos, de longo prazo, com ações objetivas. Acreditamos que isso tenha uma força enorme para estimular outras empresas a aderirem a essa luta, criando um novo paradigma — diz o reitor, José Vicente.

Extrapolando os muros da empresa, o Grupo apoia o afroempreendedorismo. Além da venda de produtos nas lojas, a ideia é capacitar os empreendedores.

— A expectativa é garantir maior espaço no mercado de trabalho e mudar genuinamente a vida das pessoas, trazendo ainda mais negros para os negócios e ampliando nosso ecossistema — conta Claudionor Alves, diretor de Relações Institucionais e Equidade Racial.

+ de 50 ações em 3 anos

O Grupo Carrefour Brasil tem consciência de que o combate ao racismo é uma jornada. Tanto que, diante da morte de João Alberto Silveira Freitas em uma loja de Porto Alegre (RS), em 2020, assumiu a responsabilidade e intensificou as ações.

O primeiro passo foi o Comitê Externo de Diversidade e Inclusão, composto por referências na comunidade negra, como Celso Athayde (Central Única das Favelas), Adriana Barbosa (Instituto Feira Preta), Silvio de Almeida (advogado e atual ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania), Maurício Pestana (Fórum Brasil Diverso), Renato Meireles (Instituto Locomotiva), Ricardo Sales (CEO da Mais Diversidade), Mariana Santos (fundadora das associações voltadas ao desenvolvimento do empreendedorismo negro Odabá e REAFRO), Anna Karla (atual assessora especial de Participação Social e Diversidade) e Rachel Maia (empresária). Esse comitê estruturou os oito compromissos assumidos pelo Grupo (confira no quadro abaixo), e teve o ciclo de trabalho de um ano finalizado.

— Contamos com as melhores cabeças do país para criar um arcabouço de ações — lembra Maria Alicia. Em seguida, o Grupo assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no valor de R$ 115 milhões para políticas de enfrentamento ao racismo e redução da desigualdade.

Grandes mudanças

Entre as ações prioritárias estava a internalização da segurança, que passou por uma reformulação implementando novos protocolos alinhados com um modelo de segurança humanizada. Os fiscais do interior das lojas foram internalizados, ou seja, contratados pelo Grupo. Continuam promovendo a segurança das pessoas e dos ativos da empresa, mas são treinados para garantir melhor experiência e ajudar o cliente.

Já a vigilância das áreas externas segue terceirizada, registrada junto à Polícia Federal, mas as equipes passam por treinamento e estão sob a política de intolerância ao racismo. Amarrando a questão da segurança, até o final do ano, em linha com as novas medidas da companhia que fazem parte da revisão constante de protocolos, todos os colaboradores ligados à área deverão usar câmeras corporais. A nova determinação tem se mostrado eficaz: a adoção de bodycams pela Polícia Militar de São Paulo reduziu em 87% as ocorrências de confrontos armados, segundo levantamento da corporação.

— Estamos em uma jornada importante e queremos compartilhar aprendizados, buscar novos olhares e trabalhar juntos em soluções para avançar ainda mais rapidamente no combate ao racismo e na promoção de ações de equidade racial — afirma Maria Alicia.

Fonte: O Globo

Conheça todas as ações previstas pelo Grupo para concretizar esses compromissos.